A imprensa do potiguar perdeu
mais um dos seus grandes nomes da história. Faleceu no último dia 17 de
dezembro o jornalista Roberto Machado.
Severino dos Ramos Bartolomeu
Machado começou na Rádio Poti em 1958. O nome Roberto apareceu de forma
ocasional. Na publicação "Nós, do RN" de 2005, o jornalista contou
que logo no princípio da carreira estava apresentando o programa Gazeta
Ilustrada com uma caneta na mão que pertencia ao seu irmão Roberto. No início
da atração, o apresentador foi citar os participantes e leu o nome de outro
componente da bancada através da identificação da sua caneta. Assim surgiu Roberto
Machado.
Em abril de 1959, contou sua
trajetória em O Poti. Sob o título "Minha vida contada por mim
mesmo", Machado relatou que nasceu em João Pessoa em 06 de dezembro de
1939 e que muito cedo se mudou para Pernambuco. Na matéria, contou que admirava
o rádio desde cedo. Seu primeiro contato com o microfone foi no município
pernambucano de Aliança quando colaborou na instalação de uma amplificadora na
cidade. Posteriormente, quando se transferiu para Natal, conheceu algumas
pessoas da Rádio Poti. Em certa oportunidade, foi convidado a participar de um
teste, até que em 13 de abril de 1958 fez sua estreia como noticiarista.
Os primeiros anos da Rádio Poti
foram bastante intensos. Diante da sua desenvoltura, foi ganhando cada vez mais
espaço na emissora, chegando a ocupar diversas funções. Em uma época que depois
ficou conhecida como a "Era de Ouro do Rádio", Roberto Machado
participou dos programas como Discoteca, "Marmelândia - O País das
Maravilhas", "Recordação... Saudade" e dirigiu o "Gazeta
Sonora". No âmbito esportivo, já era repórter de campo e participava do
"Instantâneos Esportivos". Além de tudo, atuava nas coberturas
eleitorais e carnavalescas.
Na mesma época, o radialista
ganhou o apelido de "o animador dos brotos potiguares" e comandou um
programa de auditório chamado Domingo Alegre. Para completar, Roberto também
foi ator no departamento de rádio teatro e, ao lado da estrela Glorinha
Oliveira, participou de rádio novelas como "Algemas de Sangue",
"Casa do Rochedo" e "Amargo Silêncio".
A partir dos anos 60, se
consolidou como dos maiores narradores de futebol da região, trabalhou pelos
principais prefixos de Natal e atuou em rádios de Mossoró e Fortaleza. Em 1972,
foi eleito presidente da Associação dos Cronistas Esportivos do Rio Grande do
Norte (ACERN). Ainda no esporte, Machado foi diretor técnico da Federação Norte-riograndense
de Futebol (FNF) onde chegou a ser candidato a presidente da entidade.
Em 1983, decidiu pendurar o
microfone para trabalhar na mídia impressa. Atuou na Tribuna do Norte e, por
muitos anos, no Diário de Natal que foi o seu último veículo de comunicação.
"Na dança dos ponteiros, o
tempo não espera por ninguém".
Roberto Machado
Colaboração: Franklin Machado Filho, Marco Aurélio, Dionísio
Outeda e Ribamar Cavalcante
Imagens: O Poti e Diário de Natal
Posse na presidência da ACERN |
Na redação do Diário de Natal |