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Nos últimos dias, o noticiário político do Rio Grande do Norte ganhou destaque nas páginas policiais após o Ministério Público Estadual deflagrar a Operação Fura Fila. A investigação teve como objetivo a apuração de possíveis esquemas ilegais na marcação de procedimentos médicos na rede pública.
A operação gerou mandados de
busca e apreensão em diversos municípios do estado, além de ordens de prisão.
Dentre os presos, estava Diego Rodrigues da Silva que atualmente é vereador na
cidade de Parnamirim. Segundo o MP, o parlamentar era líder do suposto esquema
fraudulento.
Muito se perguntou sobre quem
é, de onde surgiu e qual a trajetória de Diogo Rodrigues até a sua prisão.
Quando criança, segundo a jornalista Heloísa Macedo, Diogo foi eleito prefeito mirim de Parnamirim. Na adolescência, com boas notas em geografia, química e física no terceiro ano, concluiu o ensino médio na Escola Estadual Santos Dumont em 2011. Na mesma época, se declarava no Twitter como fã da ex-governadora Wilma de Faria.
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O vereador tem 26 anos e, em
biografia presente no site da Câmara Municipal de Parnamirim, se apresenta como
servidor público desde 2008, atuando nas áreas da cultura e saúde. Ainda na
página do poder legislativo, Diogo afirma ter nascido em Parnamirim. Contudo,
declarou e apresentou documentos ao TRE que constam como natural de Natal.
Ao longo dos anos, o atual parlamentar
ocupou cargos de confiança na Prefeitura de Parnamirim. Foi nomeado em janeiro
de 2019 para exercer a função de direção da Central de Regulação do Município, órgão
responsável pelo controle do acesso de pacientes aos procedimentos médicos
vinculados ao SUS na cidade. Exatamente a área objeto da investigação da Operação
Fura Fila.
No ano de 2016, o investigado
tentou pela primeira vez ser eleito vereador. Na oportunidade, filiado ao PDT
do ex-prefeito Carlos Eduardo Alves, não obteve êxito na disputa. Apesar da
derrota, seguiu trabalhando na prefeitura nos anos seguintes.
Para a eleição de 2020, Diogo se filiou ao PSD do ministro Fábio Faria. Em julho do mesmo ano, o então pré-candidato chegou até se reunir com o presidente da legenda no estado, o ex-governador Robinson Faria. Já durante a campanha, mesmo vinculado com as gestões de Maurício Marques e Rosano Taveira, o candidato apostou no discurso da renovação do legislativo municipal. Acabou sendo eleito com a segunda maior votação.
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No exercício do mandato, o
vereador foi eleito como o segundo vice-presidente da câmara e designado para a
comissão permanente de assistência social. Ao longo dos quase quatro meses no
parlamento, mostrou suas ações nas redes sociais e não se envolveu em nenhum embate
político. No Twitter, fez acenos a
Henrique Alves, Lula e Ciro Gomes, além de exaltar o trabalho de Rogério
Marinho no governo Bolsonaro.
Em março, Diogo Rodrigues já
tinha sido alvo de um mandado de busca e apreensão. Semanas depois, explodiu a Operação
Fura Fila que resultou na sua prisão. Após as ações do MP, nenhum vereador,
assim como o prefeito Rosano Taveira, se pronunciou sobre o assunto. Já a mesa
diretora da Câmara Municipal, emitiu apenas uma nota de conteúdo protocolar.
Ainda não se sabe o futuro
político do ex-prefeito mirim de Parnamirim e os desdobramentos do episódio na
casa legislativo.