Foto: Do autor (21/02/2015) |
Os
agiotas se apresentam como alternativa para quem não tem ou está
sem acesso as linhas de crédito das instituições financeiras. Em
contrapartida os emprestadores "autônomos" compensam a facilidade com a cobrança
de juros bem acima dos índices praticados pelo mercado financeiro. A
desembargadora Maria Angelica Guimarães Guerra Guedes do Tribunal de
Justiça do Rio de Janeiro declarou em uma sentença no dia
25/03/2014 que a “agiotagem consiste no empréstimo de dinheiro a
juros excessivos”.
Na
maioria dos casos a liberação do dinheiro é feita mediante a
assinatura de algum documento como cheques e notas promissórias. Os
emprestadores que trabalham com valores mais elevados emitem
contratos de baixa consistência legal que podem até incluir
garantias reais como imóveis, terrenos e veículos. Visando evitar
questionamentos judiciais, os agiotas não formalizam em um documento
as reais taxas de juros praticadas ou ainda ocultam nos contratos o
verdadeiro custo financeiro do empréstimo.
Em
qualquer situação, o custo do crédito está associado ao risco de
não receber o valor emprestado. A inadimplência é um problema
comum entre os agiotas e as instituições financeiras. Ambos possuem
suas ferramentas de cobrança. Mas enquanto os bancos recorrem aos
meios legais, os agiotas podem utilizar métodos pouco convencionais
para pressionar os maus pagadores.
Para
fugir da inadimplência alguns agiotas encontraram uma formula
criativa de emprestar dinheiro, com uma boa rentabilidade e sem
nenhum risco de inadimplência. Não é difícil encontrar anúncios
na internet ou nas ruas sobre a possibilidade de transformar o limite
do cartão de crédito em dinheiro. O funcionamento do esquema é bem
simples.
Em uma
das formas, o emprestador disponibiliza uma maquineta de cartão de
crédito para processar alguma transação com o valor desejado pelo
tomador do dinheiro, acrescido da "comissão de agiotagem". Após
registrar uma venda fictícia, o valor em espécie é repassado ao
cidadão já descontando os juros acertados. Posteriormente o montante
total registrado na maquineta virá na fatura mensal do tomador.
Dependendo da atividade da empresa cadastrada nas firmas adquirentes¹
e subadquirentes² de cartão de crédito, é possível cadastrar
parcelamentos com ou sem juros. O emprestador ganha seu dividendo e
transfere toda a possibilidade de inadimplência para as
administradoras de cartão.
Os
agiotas utilizam maquinetas cedidas de estabelecimento comerciais
parceiros ou possuem o aparelho de um próprio negócio,
seja uma empresa de fachada ou até mesmo de uma outra atividade que
ele exerce formalmente. É importante saber que os contratos de
aquisição ou locação de leitoras de cartão de crédito vedam
completamente a utilização dos equipamentos em negócios estranhos
à atividade fim da empresa que está de posse do aparelho.
Outra
forma de transformar limite do cartão em dinheiro é fazendo uso da
rede varejista tradicional. O agiota que não possui nenhum
mecanismo próprio ou associado de receber cartões de crédito
pode faturar através de compras reais. O tomador e o emprestador
acertam o valor da transação e a taxa que será descontada do montante bruto. Ambos se dirigem até as loja convencionais para o fechamento da negociação. Logo após a
compra o tomador recebe os recursos negociados e entrega as
mercadorias ao agiota.
É
preciso estar alerta com as ilegalidades e com as armadilhas.
¹ Firmas adquirentes:
Rede, Cielo, Elavon, Getnet, FirstData, Global Payments e etc.
² Firmas
subadquirentes: Pagseguro, Moip, Paypal, Mercado Pago e etc.
Muito bom Jr. Já vi esses cartazes nas ruas com essas "facilidades"
ResponderExcluirA famosa lavagem de dinheiro tão cobdenada...
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