Foto: Carlos Sodré / Fotos públicas (08/01/2015) |
Em março de 2014 a
Polícia Federal deflagrou a famosa Operação Lava Jato que
investigou um grande esquema de corrupção envolvendo a Petrobras,
grandes empreiteiras, políticos, partidos e outros protagonistas.
Dentre os investigados está o lobista Fernando Baiano que é acusado
de cobrar propina na intermediação de negócios entre a Petrobras e
empreiteiras. O lobista, que se entregou em novembro, é tido como o
operador do PMDB no esquema que buscava a arrecadação de dinheiro
para o partido e alguns dos seus líderes. Durante a fase de
depoimentos o seu advogado Mário Oliveira Filho com o intuito de
defender seu cliente declarou sem cerimônias a imprensa que não
existe obra pública no Brasil sem pagamento de propina. A declaração
gerou grande repercussão, mas ao contrário do que se imaginava, não
teve nenhum desdobramento. A forte declaração virou apenas item de
retrospectiva nos meios de comunicação. Não houve sequer um
repúdio formal dos partidos políticos que foram os principais
atingidos com a fala do advogado. Esperava-se após o episódio um
debate franco sobre a corrupção no país, de como funciona na
prática a relação entre empresas e gestores públicos nos
processos licitatórios e as suas ligações com as doações para
campanhas eleitorais. O assunto não vingou e como se existisse um
pacto formal entre políticos, corruptos, corruptores e imprensa,
preferiram deixar o tema de lado e limitaram a discussão da Operação
Lava Jato aos joguetes partidários.
Quem conhece
minimamente os bastidores da política e do serviço público se
atreve a dizer que a afirmação do advogado Mário Oliveira Filho é
falsa?
A seguir a declaração na integra:
“O empresário se
porventura faz uma composição ilícita com algum político para
pagar alguma coisa, se ele não fizer isto, e quem desconhece isso,
desconhece a história do país. Não tem obra. Pode pegar aí uma
prefeitura do interior, uma empreiteirinha com quatro funcionários.
Se ele não fizer acerto, ele não põe um paralelepípedo no chão”
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